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Vícios e Compulsões - Entenda a diferença e como tratar

Atualmente o assunto de vícios e compulsões tem sido um dos "treding topics". Não apenas aqueles mais conhecidos como bebida alcoólica e outras drogas, mas em jogos de azar, redes sociais, compulsão alimentar ou outros. Todos eles tem algo em comum.


Primeiro, vamos diferenciar o que é normal do patológico (doente). Criar hábitos é um sistema natural do ser humano. Quando nós temos um comportamento que tem uma recompensa nosso cérebro libera dopamina, um neurotransmissor que dá uma sensação de prazer. Isso reforça aquele hábito pra que a gente busque fazer isso mais vezes. Essa motivação é saudável e é essencial pro nosso funcionamento. Como um hábito de fazer exercício físico, trabalhar, comer, ter relação sexual, ou qualquer outra coisa.


O problema é quando esse hábito passa do ponto saudável e essa recompensa começa a ser usada não só pra buscar uma motivação, mas pra aliviar uma angustia, uma ansiedade ou buscando um prazer exagerado.


Por exemplo, uma pessoa pode tomar uma xícara de café pela manhã antes de trabalhar e esse comportamento gerar uma satisfação pra ela, o que pode motivar. Mas uma pessoa que as 9h da manhã já tomou 5 ou 6 xícaras de café, uma atrás da outra, podemos dizer que é um comportamento compulsivo. Pois, é bem provável que ela esteja tentando compensar uma ansiedade, como acreditar que precisa ser mais produtiva, por exemplo.


Outro exemplo é no sexo, um assunto importante, já que muita gente tem vergonha de falar sobre isso. Ter relação sexual com o parceiro ou prazer sexual é algo natural e saudável. Mas tem pessoas que precisam ter relação sexual ou masturbação várias vezes ao dia, todos os dias antes de dormir, e algumas acabam gerando sérios problemas nas relações, na vida social, entre outras coisas.


Então, a compulsão muitas vezes não é sobre o comportamento em si, mas a intensidade, a frequência e o prejuízo que aquele comportamento gera.


Depois, em uma escala, podemos pensar em vício. O Vício é quando envolve uma dependência. A pessoa busca aquele prazer de forma repetida e descontrolada. E se não tem aquele comportamento a pessoa se sente muito mal, como uma abstinência.


Por exemplo, no consumo de álcool você pode ter um comportamento compulsivo de beber em determinado momento pra aliviar uma angústia, quando é demitido de um trabalho, passa por um término de relacionamento, tem um luto, seja qual for o gatilho. Mas tratada a causa daquele desconforto, aprendendo o gerenciamento emocional e criando hábitos mais saudáveis a pessoa consegue largar a bebida. Diferente do vício, no qual a pessoa tem uma dependência química. Assim, ela não consegue deixar aquele comportamento, mesmo que se esforce pra isso. Em alguns casos de vício, precisamos de outros tipos de intervenção além da psicoterapia, como o tratamento com medicação.


Como identificar uma compulsão:

Preste atenção nos sentimentos. As emoções são um grande guia pra nos ajudar a entender as coisas.

No exemplo do café, se eu tomo um café por que eu estou tranquila, mas sei que aquilo me traz um bem estar, um prazer que vai me motivar, isso é um bom hábito. Mas se eu estou nervosa, angustiada, e busco de forma recorrente o café pra aliviar aquela angústia, eu posso ter gerado uma compulsão e nisso preciso ficar mais atenta.

O ideal seria na terapia identificar a causa dessa ansiedade e tratar isso, ao invés de só ficar "anestesiando" a sensação com algum comportamento.

Outra forma de identificar é pensar nos prejuízos. Um comportamento de compulsão ou de vício envolve algum tipo de prejuízo, seja na saúde física, mental, nas relações, na rotina, financeiro...


Jogos de azar:

Os jogos de apostas mexem com esse sistema bem primitivo do ser humano que é o sistema de recompensas. É como aqueles experimentos dos ratinhos (Skinner): o pesquisador dava a comida quando o ratinho apertava uma barra. Depois de acostumados com aquele comportamento, os ratinhos passavam a levar um choque quando apertavam a barra, mas ainda recebiam a comida. Depois de um tempo eles apenas levavam o choque, mas continuavam apertando a barra esperando receber a recompensa.


'Por um lado, o paciente pode optar por apostar por conta de um reforço positivo, gatilho que tenta trazer emoções prazerosas.


Por outro lado, também há a questão do reforço negativo. Em certos grupos, como os vulneráveis emocionalmente, o vício em jogos, muitas vezes, vem da necessidade de se desprender de sensações negativas previamente estabelecidas à pessoa.'


Outra questão é o social. Muitos influenciadores digitais usam da confiança pra incentivar as pessoas a jogarem. Alguns amigos e conhecidos também podem ter postado nas redes sociais que ganharam algum dinheiro nesses jogos. Você joga e até ganha algumas vezes. Mas depois que as pessoas começam a perder, elas não postam sobre isso, por que ficam com vergonha. Então, fica aquela sensação de que todo mundo está ganhando, só você quem perde. Quando na verdade, todo mundo está no mesmo processo.


É importante estar atento aos "grupos de risco", como pessoas isoladas, em depressão, com pouca estrutura familiar, problemas de ansiedade, etc. Uma menina procurou a terapia por vício em apostas. Ela começou a jogar por influência das redes sociais, no início ganhou um bom valor, mas logo começou a perder todo o dinheiro que ganhou e colocar parte considerável do seu salário no jogo. Ela jogava principalmente aos finais de semana quando estava sozinha em casa sem o namorado, sem nada para fazer. Não tinha muitos amigos, não tinha uma boa conexão com a família, não tinha objetivos. O jogo era uma forma de aliviar a angústia da solidão, e o tédio, se desligar desse sentimento ruim e sentir algum tipo de prazer.


Qualquer vício ou compulsão tem tratamento!

Se este post te ajudou a identificar um vício ou compulsão, saiba que isso tem tratamento. A terapia Cognitivo-Comportamental tem grandes evidências científicas no tratamento de vícios e compulsões. Além da possibilidade de fazer outros tratamentos associados, como o tratamento medicamentoso com psiquiatra para casos mais crônicos. Aqui na Clínica Ponte Psi você encontra psicólogas especializadas nessa abordagem.

Você pode voltar a ter uma vida equilibrada e saudável, com muito mais propósito e felicidade. Não deixe de buscar ajuda!

 
 
 
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